Quais são as consequências que a má alimentação pode ter na vida das crianças?

Quais são as consequências que a má alimentação pode ter na vida das crianças?


Nesta terceira semana dedicada a um mês com dicas de nutrição na infância, a nutricionista Julie Calixto Lobo , fala sobre as consequências que a má alimentação pode ter na vida das crianças.

 

Pois bem, esse é um ponto de extrema importância, visto que a prevalência de obesidade infantil cresce a cada ano no Brasil e no mundo todo.

Isso vem acontecendo, pois nas últimas décadas ocorreram mudanças nos hábitos alimentares da população brasileira caracterizadas principalmente pela substituição de alimentos caseiros e in natura por alimentos processados e ultraprocessados, sendo estes introduzidos cada vez mais precocemente na alimentação infantil. Tais alimentos são nutricionalmente desequilibrados pois possuem alta densidade energética, alta quantidade de gordura, açúcar e/ou sódio, pouca fibra, além de passarem por diversas etapas de processamento e adição de muitos ingredientes para aumentar a durabilidade e palatabilidade.

Ofertar este tipo de alimento antes dos 2 primeiros anos de vida, aumenta a chance de ganho de peso excessivo durante a infância e, consequentemente, o desenvolvimento de obesidade e outras doenças na vida adulta. Além disso, o consumo de açúcar pode provocar placa bacteriana entre os dentes e cárie. Como a criança já tem preferência pelo sabor doce desde o nascimento, se ela for acostumada com preparações açucaradas, poderá ter dificuldade em aceitar verduras, legumes e outros alimentos saudáveis.

Como falado anteriormente, a família influencia de maneira direta a alimentação da criança, então, se a alimentação da família for saudável, a comida da criança não precisa ser diferente da comida da família.

Contrariamente, muitas vezes, os alimentos saudáveis são comprados somente para a criança, não sendo consumidos por irmãs e irmãos mais velhos ou adultos. Com o tempo, a criança percebe que o restante da família não os consome e começa a rejeitá- los.

Estudos demonstram que comer poucos alimentos saudáveis no início da vida somado ao alto consumo de alimentos e bebidas densos em energia e pobres em nutrientes, além do sedentarismo, são preditores de sobrepeso e obesidade, e outras doenças crônicas e além da deficiência em micronutrientes (vitaminas e minerais) que acarretarão prejuízos no desenvolvimento cognitivo e psíquico.

Assim, hábitos e padrões de alimentação saudável formados durante a infância irão repercutir diretamente na saúde no decorrer da vida adulta, com redução significativa de morbidade e mortalidade precoce.

 



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